Decidi parar de ser o
que os outros fazem de mim.
E o visto do feito
foi novamente decepcionante.
Notado que pode ser
negativo, mas soa como sim.
A fuga do outro eu,
trás o “teu” dentro de mim inconsequente.
O “eu” não existe,
nem nunca existirá, se faz oposto.
Mistura de um “tu”
com outros, de tão acostumado copiei.
O “eu” é a
conseqüência de vários “tus”, de várias faces e rostos.
São várias cópias,
que de poucas em poucas notas, música se fez.
A minha ideia é o
plágio elaborado de uma forma cabível.
Usei da cópia de
muitos para fazer uma obra eternamente prematura e velha.
Tão antiga, sujeita a
velhas atualizações, tão falível.
Criar só em sonho,
tudo que é material é a melhoria da invenção de outra era.
Tu achas que és único
e inigualável porque nunca viu alguém assim na sua frente.
Saiba que sois tu
mesmo a cópia mais fajuta que há.
O que chamas de
“diferença” é apenas a imitação temporária de todas as mentes.
Que ão de te dar
incentivo, um livro, à volta ao mesmo instinto de fingir criar.
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