terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dia de autocrítica

Decidi parar de ser o que os outros fazem de mim.
E o visto do feito foi novamente decepcionante.
Notado que pode ser negativo, mas soa como sim.
A fuga do outro eu, trás o “teu” dentro de mim inconsequente.

O “eu” não existe, nem nunca existirá, se faz oposto.
Mistura de um “tu” com outros, de tão acostumado copiei.
O “eu” é a conseqüência de vários “tus”, de várias faces e rostos.
São várias cópias, que de poucas em poucas notas, música se fez.

A minha ideia é o plágio elaborado de uma forma cabível.
Usei da cópia de muitos para fazer uma obra eternamente prematura e velha.
Tão antiga, sujeita a velhas atualizações, tão falível.
Criar só em sonho, tudo que é material é a melhoria da invenção de outra era.

Tu achas que és único e inigualável porque nunca viu alguém assim na sua frente.
Saiba que sois tu mesmo a cópia mais fajuta que há.
O que chamas de “diferença” é apenas a imitação temporária de todas as mentes.

Que ão de te dar incentivo, um livro, à volta ao mesmo instinto de fingir criar.

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