terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dia de autocrítica

Decidi parar de ser o que os outros fazem de mim.
E o visto do feito foi novamente decepcionante.
Notado que pode ser negativo, mas soa como sim.
A fuga do outro eu, trás o “teu” dentro de mim inconsequente.

O “eu” não existe, nem nunca existirá, se faz oposto.
Mistura de um “tu” com outros, de tão acostumado copiei.
O “eu” é a conseqüência de vários “tus”, de várias faces e rostos.
São várias cópias, que de poucas em poucas notas, música se fez.

A minha ideia é o plágio elaborado de uma forma cabível.
Usei da cópia de muitos para fazer uma obra eternamente prematura e velha.
Tão antiga, sujeita a velhas atualizações, tão falível.
Criar só em sonho, tudo que é material é a melhoria da invenção de outra era.

Tu achas que és único e inigualável porque nunca viu alguém assim na sua frente.
Saiba que sois tu mesmo a cópia mais fajuta que há.
O que chamas de “diferença” é apenas a imitação temporária de todas as mentes.

Que ão de te dar incentivo, um livro, à volta ao mesmo instinto de fingir criar.

Espero nunca acordar

Um minuto depressa e ralentado.
É eternidade nos teus lábios.
É o segundo que passa descompassado.
É peito agitado, andando sem passos.

Feche junto comigo teus olhos.
Toque minha boca na tua.
Beijo-te como se fosse pose para foto.
Te beijo, como minha vida dependesse da sua.

Teu perfume... Ah teu perfume.
Senti-lo é te dar um beijo ao respirar.
Oh minha menina “minha”, tu me matas de ciúmes.
Ao dividir com outro rapaz o teu ar.

Teu rosto perfeito junto ao meu.
Tuas mãos tão macias e suaves.
Do teu lado esqueço meu nome, não sei mais quem sou eu.
Não sei para quem entreguei meu coração,

mas sei que é à você pertence as chaves.

Algo tão simples

A mágica não é mais que uma mera ilusão feita por um homem comum, não tão comum, um artista.
Então, como podemos definir o amor, logo o amor, como uma coisa "mágica"?
O mundo mágico, não seria então um mundo irreal?
O truque já é anunciado, todos o vêem, há até uma contagem regressiva, mas ninguém descobre como aconteceu, e todos se encantam, se magnificam pelo belo truque do homem/artista.
E a beleza da mágica é essa, a de se aceitar bobo, admitir que algo sem razão, mas tão simples, aconteceu diante de seus olhos.
E isso te faz feliz!
Tal encantamento dos mágicos foi aprendido no amor, logo do amor, logo do amor sim!
Pois sem dar sinal, sem se der conta, e/ou/talvez sem querer, o amor surge . . .
Diante dos teus olhos, aconteceu . . .
. . . o homem foi novamente surpreendido pela mágica!
O que nos resta, é aceitarmos sermos bobos, bobos um para o outro.
O mundo irreal, o mundo mágico, passa a ser o próximo final de semana com o outro.
Crermos que tudo na vida tem seu encantamento, mas só com a mágica do amor, conseguimos enxergá-la.  
E a beleza do amor é essa, a de se aceitar bobo, admitir que algo sem razão, mas tão simples, aconteceu diante de seus olhos.
E isso te faz feliz!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Falso eu



Peço permissão para gritar...
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. . .
É, não consigo!

Amo minha hipocrisia de poeta.
Queria ser o rapaz que te digo toda noite.
Tanta palavra junta desse falso eu, que vira mentira concreta.
Um dia serei como eu. Serei o camponês e rei da minha corte.

3 noites sem sonhar é a maior tortura do céu.
Tenho que me contentar com apenas, “pessoas”.
Pelo menos, nesse dia há um lápis perdido, um ou outro papel.
Volta a namorar com novas palavras e frases clichês já soltas.

Queria ser eu um tiquinho do que me imagino.
Me imagina sendo tudo o que quase sou?
Me imagina agora sem barba, brincando e sorrindo?
Imaginou errado, volta ao sonho do lago.
Me faça, te faça no teu sonho, nós sentados ouvindo histórias de teu avô.

Sonho é bom quando não se planeja.
Tudo é feliz não planejado meu bem.
Paixões, sermões e até ilusões quem não deseja?
Ser feliz só por acaso.
Se todas as noites disséssemos com fé o amém.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Perdido às nuvens


Te Confesso:
Foi o meu melhor encontro.
Única mulher que consegue ser pura, mesmo que nua.
Te desejei desd’o primeiro olhar, de longe, por cima d’um ombro.
Te esperei por toda a noite, até a vela se apagar em cera sua.

Soube que fosse fazer outro feliz.
Na mesma noite em que combinei contigo.
Ignorasse o bobo recado que te fiz.
Foram, e foram muito outros rapazes que ficaram com teus belos sorrisos.

Todos os dias escrevo a ti mas nunca me responde.
Nem ao menos um brilho direcionado a mim tu sugeres.
Não percebes, mas todas as noites te filmo de longe.
São enigmas, são chaves, são instáveis, são mulheres.

Até em fotos me calo quando te vejo.
Mas só quando as sombras do chão sobem aos céus te descubro.
De tanto te ver aprendi a minguar outros desejos.
E esperar de ti Lua, deslumbrar um sonho à dois
Que dure ao menos dois segundos.